v. 7 n. 1 (2020): Edição 2020

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Prezados Leitores:

Com imensa satisfação, os Editores da Revista Eletrônica Acta Sapientia anunciam os artigos componentes do volume 7 de 2020, momento no qual o Mestrado Profissional em Políticas Públicas e Gestão da Educação Superior (POLEDUC) completa 15 anos de existência.

Tal efeméride é propícia para abordar-se o quão dinâmica, porém fugaz, é a existência humana, temática que nos remete ao pensamento do filósofo Heráclito de Éfeso. Nascido numa antiga colônia grega, Éfeso (atual Turquia), no ano 540 a. C., Heráclito era filho de nobres, possuía uma personalidade forte e não era apreciador da vida pública, tendo, por este motivo, vivido afastado do convívio social, morando em regiões remotas e montanhosas.

Sua idéia filosófica basilar é que tudo é movimento, tudo flui, nada é permanente, exceto a mudança. Este princípio é denominado devir (vir a ser, tornar-se, converter-se) e está sujeito ao logos (razão ou lei). Heráclito de Éfeso é considerado o Pai da Dialética, doutrina filosófica dos contrários, na qual as contradições e suas dinâmicas possibilitam o surgimento da unidade dialética.

No rol dos oito textos que vêm à baila neste volume, a partir da busca dinâmica pela verdade, destaca-se, inicialmente, a produção de J. M. L. Barros e W. B. Andriola, que focou sobre a eficácia da formação discente do curso em Odontologia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Para tal, foi realizada pesquisa com 77 egressos do período 2013 a 2015, cujos resultados apontaram fatores positivos associados à formação, tais como: qualidade do ensino, docentes com alto nível de qualificação, ofertas de atividades de pesquisa e extensão e incentivo a formação acadêmica. Finalmente, observou-se que 61 egressos (79% da amostra) exerciam alguma atividade remunerada, ou seja, estavam inseridos no mercado de trabalho, denotando, dessa forma, elevada eficácia do curso.

No segundo artigo, L. R. Barreto e colaboradores focaram seu estudo sobre os procedimentos para o gerenciamento de riscos em Instituições de Ensino Superior (IES), amparando-se em métodos multicritério. Empregando um framework participativo, validou-se a priorização de riscos na divisão orçamentária de uma IES, que poderá vir a ser reproduzido em outras organizações similares, sejam de natureza pública ou privada. Assim, será possível obter-se uma classificação de riscos, e contribuir, dessa forma, com a governança e a transparência de IES.

No terceiro texto, G. Fenner e A. S. Lima enfatizaram a dinâmica envolvida na execução de projetos, que sofrem alterações no seu escopo, impactando no custo final. Apresenta-se procedimento para mitigar tais impactos, sem onerar o valor final do projeto, conhecido como “pulmão financeiro”. Exemplificou-se o pulmão financeiro num projeto de engenharia, de modo a acompanhar periodicamente a sua execução, a partir do valor da obra e do valor agregado com o seu consumo, permitindo identificar sinais que necessitem tomadas de decisão estratégicas.

No quarto artigo, A. M. Araújo e W. B. Andriola avaliaram a eficácia do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), a partir da averiguação da congruência entre os objetivos planejados e os desempenhos alcançados pelos bolsistas. Verificou-se que o PIBIC contribui para a formação de recursos humanos para a pesquisa; para reduzir o tempo médio de permanência dos alunos na pós-graduação; para aumentar a interação entre a graduação e a pós-graduação; para qualificar alunos para os programas de pós-graduação; para proporcionar ao bolsista a aprendizagem de técnicas e métodos de pesquisa; para estimular o desenvolvimento do pensar científico e da criatividade, decorrentes das condições criadas pelo confronto direto com os problemas de pesquisa.

No quinto artigo, S. S. Sampaio e colaboradores analisaram as percepções de 41 discentes da pós-graduação stricto sensu sobre as motivações pré-existentes e as habilidades desenvolvidas na disciplina de controladoria. Os resultados foram estruturados em três fatores: habilidades de gestão, motivacionais, e habilidades contábeis e financeiras, com diferenças significativas identificadas entre homens e mulheres.

No sexto artigo, M. L. F. Pinto e M. S. S. Rodrigues avaliaram a dinâmica da gestão colegiada da Maternidade Escola Assis Chateubriand (MEAC), a partir da visão dos seus gestores, funcionários/servidores e usuários, destacando benefícios e fragilidades do percurso. Os principais resultados apontam que o maior benefício da gestão colegiada é o conhecimento e partilha dos problemas organizacionais, a integração entre as categorias profissionais e a troca de saberes. As maiores fragilidades identificadas referem-se ao desconhecimento dos profissionais sobre a gestão colegiada, baixa diversidade entre os que frequentam a reunião colegiada, poucas manifestações de usuários incluídas em pautas de reunião do colegiado e necessidade de capacitação dos seus atores.

O sétimo artigo de autoria de A. V. Moreira, R. M. da Silva e M. V. Rodrigues aborda a governança organizacional, baseando-se na necessidade de transparência, eficiência e eficácia nos processos da administração pública. Analisaram-se aspectos da controladoria pública na secretaria de governança de uma IES e a sua contribuição para a melhoria da gestão universitária. O trabalho revelou a existência de relação direta e muito próxima da controladoria interna e da governança com vistas à melhoria na prestação de serviços aos cidadãos.

O oitavo texto de autoria de J. M. de Albuquerque e S. M. A. Cavalcante objetivou identificar o nível de satisfação, cooperação social e voluntária dos colaboradores da Imprensa Universitária da Universidade Federal do ceará (UFC). Os resultados evidenciaram elevado grau de comportamento de cidadania organizacional e a existência de problemas no ambiente de trabalho relacionados à saúde ocupacional e segurança do trabalho. Entretanto, a qualidade da liderança e eficácia setorial na solução de problemas, bem como a qualidade dos relacionamentos, foram aspectos positivamente avaliados. Estes fatores influenciam no fator proatividade dos indivíduos no trabalho, o qual desponta como condição própria para a organização atingir a excelência.

Por fim, relembremos sábia frase do grego Heráclito de Éfeso: “ninguém mergulha nas águas de um mesmo rio duas vezes, pois quando isso ocorrer, já não se trata da mesma pessoa, tampouco as águas serão as mesmas”.

Nesse diapasão, convidamos aos interessados a mergulhar no relevante acervo intelectual da Revista Eletrônica Acta Sapientia, que em seu volume 7 de 2020, abordou temáticas tais como o Planejamento Estratégico de Instituição de Ensino Superior (IES), a Gestão de Projetos de Tecnologia da Informação, a Gestão Acadêmica de Cursos de Graduação e a Governança Organizacional. Convidamos a todos os interessados nessas temáticas a desfrutarem da leitura dos respectivos artigos.

Fortaleza, 09/07/2020

Prof. Wagner Bandeira Andriola, PhD
Editor-Chefe

Profa. Adriana Castro Araújo, Dra.
Prof. Albano Oliveira Nunes, Dr.
Editores Associados

Publicado: 01/07/2020

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