Vol. 5 No 1 (2018): Edição 2018
Prezados Leitores:
Exultantes de satisfação e alegria, os Editores da Revista Eletrônica Acta Sapientia apresentam os artigos componentes do Volume 5, de 2018.
A capa do Volume 5 rende homenagem ao filósofo grego Sócrates, nascido em 470 a. C., filho de um artesão e de uma parteira, tendo exercido o ofício do pai em sua juventude e ingressado em campanhas militares. Soldado corajoso e de grande resistência física, Sócrates obteve benefícios das características da cultura ateniense para os jovens, envolto na prática de esportes e na formação científica e política, o que conferiu ao pensador a sua personalidade questionadora. A filosofia de Sócrates abordou questões essencialmente humanas ou aspectos advindos das relações humanas e do convívio social, como a justiça, o bem, a moral e a verdade.
Certa vez, quando jovem, Sócrates visitou o Templo de Apolo, na cidade de Atenas, tendo sido impactado pelas inscrições entalhadas no pórtico: “conhece-te a ti mesmo”. Essa máxima o fez perceber que qualquer conhecimento do mundo requer do agente cognoscente o autoconhecimento.
A famosa frase “Só sei que nada sei” revela o seu autoconhecimento. O reconhecimento de sua ignorância foi uma marca fundamental para estabelecer o seu caráter questionador de sábio, pois o reconhecimento da ignorância leva à busca pelo saber, ao passo que a soberba intelectual leva à estagnação.
Na ocasião de visita ao Templo de Apolo, o jovem pensador consultou o Oráculo de Delfos, que o qualificou como o mais sábio dos homens da Grécia. Isso foi considerado por Sócrates como uma missão pessoal: aprimorar a sua sabedoria e lavá-la adiante, compartilhando com terceiros.
Sócrates se auto-intitulava um “parteiro de idéias”. Assim como sua mãe, que facilitava o nascimento de bebês, Sócrates facilitava o surgimento de idéias de terceiros, que ao conversarem com ele, submetiam-se ao seu método (maiêutico) e eram levadas à evidência da própria ignorância, de modo a ultrapassá-la.
Neste Volume 5 da Revista Eletrônica Acta Sapientia, para ultrapassar a nossa debilidade em temáticas adjacentes à Educação, a produção de W. B. Andriola e A. C. Araújo realçou a importância da avaliação como instrumento fundamental para propiciar o aperfeiçoamento do ensino, do aprendizado dos alunos, da gestão escolar e dos sistemas educacionais. Para tanto, abordou-se a função diagnóstica da avaliação, na sua perspectiva formativa e somativa, a fim de fornecer subsídios para que os docentes possam fazer uso dessa valiosa atividade, cumprindo com os propósitos da profissão e garantindo o direito que os seus alunos têm de ter acesso aos conhecimentos abordados no âmbito da sala de aula, de modo alcançarem aprendizados de relevo.
O segundo artigo, de I. G. Medeiros, G. Fenner e A. S. Lima, descreve uma metodologia baseada nas boas práticas de auditoria para auxiliar na gestão de riscos em projetos, apresentando técnicas empregadas na auditoria para ajudar na gestão de riscos em projetos.
No terceiro artigo, R. F. Silva realizou investigação qualitativa com o objetivo de investigar os processos de criação de políticas públicas educacionais, suas finalidades, para onde confluem, bem como os atores que impulsionam seu surgimento. De acordo com o estudo desenvolvido foi possível mostrar que os gestores públicos ainda vêem a máquina pública com foco em seus interesses individualistas, ao invés de proporcionar ao cidadão oportunidades de igualdade de acessibilidade na relação escola e sociedade.
No quarto artigo, M. V. Brandão, G. Fenner e A. S. Lima realçaram as lições aprendidas por uma empresa, levando-se em consideração as boas práticas sugeridas pelo PMBOK 5ª edição (Project Management Body of Knowledge), que proporcionaram adequação ao contexto da empresa, sua visão de negócios e seus valores.
O quinto e último artigo de P. H. M. Freitas, A. S. Lima e W. B. Andriola focou no sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), a partir de investigação sobre a eficácia de Licenciatura de Matemática, na modalidade a distância (EaD). Os resultados indicaram que o curso forma profissionais para atuação na educação básica, que desenvolve saberes e competências necessárias para o exercício docente, e que as disciplinas disponibilizadas são satisfatórias para o magistério.
Cumpre destacar que Sócrates morreu aos 70 anos, quando uma assembléia popular com a participação de 500 cidadãos atenienses o condenou, embora, na ocasião, fosse considerado o homem mais sábio de seu tempo. Sócrates foi acusado de não aceitar os deuses da cidade, introduzindo novos cultos, e também de corromper a juventude: crimes a serem punidos com a morte por meio da ingestão de cicuta.
Foram três os acusadores de Sócrates: Meleto, um poeta menor, cuja motivação parece ter sido chamar a atenção sobre sua pessoa; Lícon, que nutria certo ressentimento pessoal contra o filósofo; e Anito, um rico curtidor de couros, que por sua influência granjeava maior peso à acusação. Não muito tempo depois de seu julgamento e morte, uma estátua foi erigida em homenagem a Sócrates, em Atenas, enquanto a sorte reservada aos seus acusadores é indício de como a cidade, afinal, reagiu à condenação do filósofo: Meleto foi condenado à morte; Anito foi exilado e apedrejado pelo povo; Lícon suicidou-se.
Para finalizar, segundo consta, durante o julgamento que o condenou, Sócrates teria pronunciado a frase: “a vida irrefletida não vale a pena ser vivida”.
Os estudos acima referidos trazem à baila relevante produção intelectual em campos estratégicos para o desenvolvimento de diversas áreas com aderência visível à Educação, permitindo-nos refletir sobre o atual estado d’arte. Convidamos os interessados nessas áreas de conhecimento, sejam leigos, alunos, pesquisadores ou experts, a desfrutarem do Volume 5 da Revista Eletrônica Acta Sapientia. Desejamos-lhes agradável leitura.
Fortaleza, 01/07/2018
Prof. Wagner Bandeira Andriola, PhD
Editor-Chefe
Profa. Adriana Castro Araújo, Dra.
Prof. Albano Oliveira Nunes, Dr.
Editores Associados